Capitulo 1 - O Inicio de Tudo



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“O propósito da rede é pegar o peixe.
Quando o peixe é pego, a rede é esquecida.
O propósito da armadilha de coelhos é pegar o coelho.
Quando o coelho é pego a armadilha é esquecida.
O propósito da palavra é transmitir ideias.
Quando a idéia é compreendida, as palavras são esquecidas.
Onde posso encontrar um homem que tenha esquecido as palavras?
É com ele que eu gostaria de conversar.”
Chuang Tzu – Sábio Chinês - Século IV AC

Me dediquei ao estudo dos mistérios deste mundo para entender como funcionam as relações entre eventos em nosso dia a dia.
O homem utiliza duas grandes formas para estudar estes mistérios:

- A Religião e a Ciência.

Este livro mostra até onde a inteligência humana chegou na compreensão destes mistérios, utilizando estas duas formas de estudo.
Através do estudo das mais recentes descobertas científicas nas áreas da Química, Física, Matemática, Psicologia, Psiquiatria, Neurologia e Biologia, traço um paralelo com a Filosofia das Religiões e Crenças humanas, comprovando-as, sempre que possivel, com o que a ciência oferece.
E, concluindo que as Religiões e o Misticismo estavam certos em 99% dos casos, o inverso também será utilizado: Procurarei nas Religiões e no Misticismo o que ainda está por vir na ciência.
Alguns capítulos são religiosos, místicos, e outros, totalmente científicos.
Recomendo a leitura atenta de ambos, pois contem fatos importantes para a conclusão a que chegaremos.
O objetivo principal é oferecer aos leitores uma compreensão mais ampla do nosso mundo para que possam guiar as suas decisões com maior visão.

Se resumirmos todas as máximas filosóficas e religiosas teremos algo assim:

"TUDO FLUI, NADA PERSISTE, NEM PERMANECE O MESMO." Heráclito

A maior expressão disto é o Yin-Yang dos povos asiáticos. A roda da impermanência.
Deste conceito podemos tirar algumas conclusões para o nosso dia a dia:

NÃO RESISTÊNCIA - Aceite, deixe estar. Não reclame de nada.

NÃO JULGAMENTO - Omita opiniões, não critique, não elogie.

NÃO APEGO - Esqueça logo a perda, não fique lembrando.

Para iniciar este relato, escolhi uma das mais belas versões que explica o começo de tudo que existe: 
-  A versão dos Vedas para a criação do mundo.
Vamos entrar um pouco numa das religiões mais antigas da humanidade: O Vedanta.

“A Versão dos Vedas Para a Criação do Mundo”.

Os Vedas são uma das mais antigas escrituras da humanidade, nem foram escritas no inicio, foram faladas, de mestre para discípulo, na Índia, até que surgiu a escrita (1).

Na foto vemos algumas páginas dos originais.












Segundo os Vedas, existe uma Entidade Máxima que é inominável e indefinível, que é tudo e é nada ao mesmo tempo ( alguns o chamam de Absoluto, apesar de ser inominável) .
Ele é a realidade suprema, denominada em sânscrito Parabrahman e está além da linguagem e do pensamento. O prefixo "para" indica algo "além de". Descreve-se como eternas trevas infinitas ou eterno silencio, ou ambos.

Tratando-se do conceito de Absoluto, destaca-se que este Principio Supremo deve ser uma síntese harmoniosa de todos os opostos possíveis e deve conter de forma integrada todos os Princípios e Qualidades, resultando-se completamente nulo, neutro e vazio.

Vejam o cuidado dos sábios Vedas em estabelecer a neutralidade e a nulidade desta entidade a fim de escapar da questão : “O que existia antes ?” “Quem o criou ?”
Esta entidade que está em plena estabilidade, quietude e paz eterna, e, que tudo sabe e tudo pode, resolve (em sentido figurado) olhar para si mesmo, conhecer-se.
Neste ponto, surge uma das questões fundamentais da Filosofia:
- Se esta entidade tudo pode e tudo sabe, porque necessita se conhecer ? Não se conhece ? Não sabe tudo ?
Deixaremos a resposta para o final deste capitulo, quando o leitor já estiver mais avançado no tema.

Por ora, aceitem isto: ele/ela decidiu conhecer a si próprio.

Para que seja possível olhar para si próprio, sem criar algo a partir do nada, (segundo os Vedas, até mesmo esta entidade suprema não pode infringir certas regras...) a somatória final de tudo que for criado tem que ser Zero, pois este representa a estabilidade eterna.
Esta Lei não pode ser violada.
Para ver a si mesmo, a entidade tem que se dividir em dois, e aí acontece uma das mais belas explicações dos Vedas:- Como o “Nada” se divide em dois ?
- Como a estabilidade plena dividir-se-á ?
- Como será cada metade ?

Divinamente simples:
- Do Nada, surge um Ponto.

Este ponto divide o Nada em duas partes:
- Um Ponto e o resto, o Infinito.

A grande escritora mística Helena P. Blavatski desenhou um ponto branco em uma folha inteiramente negra de seu livro.
É lógico que o Nada seja negro, pois se é nada não pode ser Luz.

Ponto em Sânscrito é chamado de Bíndu, e, como este é o ponto principal, é chamado de Mahâbindu (O grande ponto). O prefixo "mahâ" quer dizer "grande, magnífico, principal" (Fig. 1-1)
Para não violar a lei da estabilidade eterna (somatória zero), este ponto não pode existir continuamente e, aí vem o truque: o Absoluto teve que se contentar com um Ponto que aparece e desaparece como um devedor que empresta de um lado para pagar o outro.
Assim surgiu a primeira operação de crédito cosmológica !

Na verdade, o Ponto oscila entre dois “mundos” de polaridades opostas como se estivesse preso a um elástico esticado e o puxássemos, soltando em seguida. A freqüência de vibração de Mahâbindu é altíssima e não pode ser sequer estimada por nós, simples mortais.
O Absoluto, neste estágio já pode ser nomeado e recebe o nome de Brahman.
Com esta vibração toda, segundo os Vedas, dá-se inicio a uma desestabilização temporária do eterno, e Brahman se divide novamente: - de Mahâbindu, surgem duas divindades, que não passam de pontos de energia vibratória de altíssima freqüência, e cujos nomes são:

SHIVA e SHAKTI. (Fig. 1-2)



Segundo os Vedas:

Shiva é a Vontade e a Consciência Cósmica.

Shakti é o Poder Cósmico.






Este Cosmos a que estamos nos referindo não deve ser confundido com o nosso Cosmos nem com o nosso Universo. Trata-se de um Cosmos em um nível (ou plano) muito mais alto, chamado de “Cosmos não-manifesto”, imaterial, invisível a nós.




Shiva ou Siva, como alguns o chamam, é uma divindade dinâmica, pois é dele que irá se delinear o Plano Cósmico, é de sua vontade e consciência que sairão todas as coisas.
É a “dança de Shiva”, segundo os Hindus, que cria o mundo. Ele é representado com muitos braços e com uma aureola de fogo nas costas, em estatuetas de bronze, sempre com os pés em movimento de dança.
A foto acima mostra a estatueta do Deus Shiva dançando a sua dança cósmica.
No Hinduísmo, Shiva é criador, guardião e destruidor.
Shiva tem algumas características especiais, por exemplo, o terceiro olho na sua testa (visão interna). Ele pisa com um pé no demônio Apasmaradurusa, que simboliza a ignorância. Ele segura um tambor na mão direita, simbolizando o ritmo da dança cósmica.
“A criação se origina no tambor, a proteção (guarda) vem de sua mão estendida de esperança, a libertação vem do fogo, e seu pé levantado providencía a entrega. “  Tudo simbólico para nosso entendimento leigo...

Na verdade, e um dos objetivos deste livro é defender esta tese, as divindades Védicas ou Hindus, são representações de vibrações de altíssima freqüência, que realmente existem, e que, muito provavelmente têm os poderes e as funções descritas pelos Vedas de maneira simplória, simbólica, 
alegórica, mas exata. Com toda certeza, afirmo que quem quer que tenha escrito ou formulado estes conceitos,  teve realmente uma visão clara a esse respeito, ou seja, entrou em transe ou “iluminou-se” e presenciou isto tudo. A mesma certeza espero que vocês leitores, também tenham ao terminar este livro.
Mas, o que é a Vontade sem o Poder ? É necessário executar o Plano Divino de Shiva e ter poder para isto.
Aí entra Shakti, o Poder, de posse do plano da criação da consciência de Shiva, ele/ela irá executar o Plano Divino, construindo e destruindo conforme necessário.

Estou me referindo às divindades como ele e ela, mas, na verdade, é impossível definir sexo ou gênero a esta altura divina. Shakti é muitas vezes citada como divindade feminina nas varias vertentes Hindus.
Estas duas divindades vão se subdividindo em muitas outras, mas sempre mantendo as características de seus formadores ou, de certa forma, traduzindo em detalhes os conceitos.
Diferenciação de Shiva:
Quando Shiva (Vontade) se diferencia em Sujeito(SAT)-Objeto(CHIT) na diferenciação secundária, cria-se a condição para a Ideação Cósmica ou Plano para a criação do Cosmos pois se tem o “sujeito que irá planejar" e o “objeto que será criado pelo plano".

Diferenciação de Shakti:
Shakti (Poder) diferenciada em Sujeito(SAT)-Objeto(CHIT) fornece a "energia (recurso) para ir em frente com a Vontade do sujeito" e a "energia (potencia) para materializar o objeto".
As sucessivas diferenciações culminarão em SHIVA se tornando a MENTE, e em SHAKTI se tornando a MATERIA ou ENERGIA, sempre em Tríades:
Shiva
Sujeito-Objeto
e
Shakti
Sujeito-Objeto
Já se percebe com clareza a divisão entre a inteligência planejadora e criativa” de Shiva e a fôrça implementadora” de Shakti. Vê-se que um depende do outro para criar o mundo, mas também, dá para perceber que um se antagoniza com o outro, criando o risco de Caos Total se, por exemplo, a força bruta resolver agir sem a razão e fora do Plano. Mas, mesmo esta hipótese está dentro do controle de Brahman.

Existe uma máxima Védica que diz:
“Assim embaixo como em cima”, que quer dizer que tudo o que ocorre aqui embaixo, onde nós mortais estamos, é um espelho do que há lá em cima no mundo das divindades. Nada pode ser diferente pois nosso mundo vem do deles. É lógico dizer-se também que o que ocorre aqui embaixo é uma imagem de definição menor da que existe lá em cima, ou seja, a definição de imagem ou do conceito vai piorando a cada desdobramento divino.
Como exemplo, temos que o amor aqui é uma pálida imagem do amor divino. A alegria aqui é uma pálida imagem da alegria divina, etc.
O ódio, a raiva, a inveja são pálidas imagens das vibrações divinas negativas, necessárias para não violar a
Lei da Estabilidade Eterna, mencionada no inicio.

O sexo e a atração sexual são decorrentes da separação inicial de Shiva-Shakti e sua necessidade de se unir para “zerar” a estabilidade eterna do Absoluto.

Na foto ao lado ve-se uma das formas de estatuetas de Shiva e Shakti em posição sexual, ambos pisando no demonio da ignorancia.
















Tudo se desestabilizou com o aparecimento de Mahâbindu e esta desestabilização ira se desdobrar até chegar ao seu ápice, ou ao fundo do poço, como diriam alguns, retornando então como se fosse um pêndulo.
Como sabemos, um pêndulo não retorna ao seu ponto de estabilidade e para. Ele geralmente ultrapassa esse ponto médio e se dirige ao sentido oposto, atingindo o ápice negativo e assim oscilando (vide grafico ao lado).
Se não houver outras forças atuando na oscilação do pêndulo, este ficará oscilando eternamente.
O nosso Cosmos deve ser um destes
sistemas de oscilação eterna.
Os Vedas confirmam isto.O conceito de
Shristi-Pralaya, explicado em mais detalhes adiante, estabelece que o Cosmos atinge a estabilidade apenas por um instante, para, logo em seguida, iniciar o percurso negativo do pêndulo. Shristi é o percurso positivo do pêndulo, e Pralaya é o percurso negativo do pêndulo.
Abro aqui um parentesis para esclarecer que o Cosmos a que me refiro não deve ser confundido com nosso Universo, que é apenas uma pequeníssima parte deste Cosmos. O Cosmos a que se refere neste ponto ainda não é o Cosmos manifesto, não pode ser visto nem sentido. Como dizem os Hindus, ele está num Plano muito "elevado" para nós, simples mortais.

Os desdobramentos divinos são lindamente representados nas entidades e divindades Hindus-Védicas. Recomendo àqueles interessados nestes detalhes que leiam sobre o significado de cada divindade ou princípio na imensa literatura Védica ou Hindu.

Para os Vedas, os desdobramentos das divindades, sempre em Tríades, tem o propósito de estabelecer uma hierarquia de funções bem delimitadas e de criar
ajudantes para executar o Plano divino. No nosso entender científico, estes desdobramentos são simplesmente subdivisões naturais de freqüências, resultando em freqüências cada vez mais baixas (apesar de que, para o nosso padrão humano, ainda sejam freqüências altíssimas).
O Cosmos Manifesto

Em um dado nível (ou plano como dizem os Hindus), as freqüências se tornam baixas o suficiente para se criar o Cosmos Manifesto, ou seja o nosso mundo material. Estas divindades recebem o nome de Logos e são como diretores de uma fábrica. Cada um cria um Universo e cuida de sua existência. Dentro de cada Universo temos muitos outros Logos inferiores que cuidam (no sentido figurado) desde Galáxias, Sistemas Planetários menores até chegar aos
Devas, que são entidades que cuidam de coisas, como pedras, arvores, rios, etc.
Segundo os Vedas, todos eles refletem as características de Shiva e Shakti e não podem ir contra
o Plano Divino, tendo porém, um certo grau de liberdade (desde que fiquem dentro do orçamento...) .
Estas divindades ou freqüências mais baixas do Cosmos Manifesto são nossas velhas conhecidas como os Campos Eletromagnéticos e as Forças ou Campos Atômicos, entre eles o Campo Gravitacional. A ciência moderna ainda não conseguiu decifrar e medir com precisão algumas delas, porém, está muito perto de obter este conhecimento.
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E nós, seres vivos ?
Em especial os humanos, onde nos encaixamos nisso tudo ?

Nos Vedas não há muita distinção entre seres vivos e os minerais. Para eles tudo é igual, exceto no grau de consciência maior atribuído aos seres vivos e em especial a nós humanos.
Melhor explicando, para eles, tanto uma pedra quanto um grande filósofo são a mesma coisa e ambos possuem atributos de consciência. A diferença reside na complexidade do veículo material que capta esta consciencia, que, no caso do filósofo, é maior. Os seres vivos, com a sua composição de moléculas orgânicas de alta complexidade, propiciam uma melhor recepção para a consciência divina de Shiva.
No meu entender, as moléculas orgânicas, representam uma volta na curva descendente de freqüências que se desdobram a partir de Mahâbindu, um pequeno retorno do pêndulo. A extrema complexidade das moléculas orgânicas é de tal forma, que representa uma vitória contra o completo decaimento das freqüências da matéria. É a matéria tentando retornar a Deus. Se utilizando do poder de Shakti e se re-agrupando em formas de altíssima complexidade, buscando otimizar a sintonia com a consciência de Shiva.
Os Vedas citam algo pareceido com as Monadas que o Filosofo Gottfried Wilhelm Leibniz (1646-1716) , foto ao lado, definiu muito bem, que são como faíscas de consciência de Shiva que habitam cada objeto material e que em especial, em nós seres humanos, é infinitamente maior ou é captada de forma mais completa. Estas faíscas de consciência na concepção Védica, são partes do próprio Brahman, como se fossem pontas de prova de sua Consciência, bisbilhotando o mundo e aprendendo (tomando consciência) com os nossos erros e acertos, que é
afinal o objetivo a que ele, Brahman, se propôs logo no “inicio” do ciclo: conhecer-se.

Sobre aquela pergunta que deixamos para responder:

- Porque o Absoluto necessita se conhecer, se ele, por definição, tudo sabe ?

Resposta : Na verdade, ele tudo sabe, justamente porque criou este pêndulo eterno de adquirir conhecimento. Ele não “necessita” se conhecer, ele já possui este conhecimento graças a “invenção/truque” de Mahâbindu e seu pêndulo eterno Shristi-Pralaya com suas faíscas de consciência bisbilhotando tudo.
Sendo eterno, não houve um inicio, não houve uma decisão por parte do Absoluto de se conhecer. Sempre foi assim, eternamente. Ele a tudo conhece porque a tudo cria, a tudo experimenta e a tudo toma consciência. Ele é onipresente, onipotente e onisciênte.

A questão do ovo e da galinha, de que quem nasceu primeiro, é uma pálida imagem deste conceito. Assim como o ovo é parte da galinha e pode ser considerado uma extensão dela, o Cosmos é parte de Brahman e é considerado extensão dele.

Neste mesmo tema, vejam a seguir a explicação de um Guru Hindú do site "Hinduofuniverse":

"Peguemos o Sol como exemplo. Ele emite luz. Suponha que ele não
emite luz. Ele emite calor. Suponha que ele não emite calor. Ele
possui campo gravitacional. Suponha que não possui campo
gravitacional. Ele tem massa. Suponha que não tenha massa. Ele
tem uma forma. Assuma que ele não possui forma e não ocupa lugar
no espaço. O que sobra?

Nós removemos tudo o que o Sol poderia interagir com nossos
sentidos e com os varios instrumentos cientificos que são
basicamente extensão de nossos sentidos. Mas ainda assim o Sol
está lá, em nossas mentes.

Assuma que todos esqueçam que existe o Sol.

Agora sim, nas palavras da Filosofia Hindú nós removemos a Forma
(interações sensitivas) e o Nome (imagem mental) do Sol.
Resumindo nós removemos todos os conceitos do Sol. Isto não quer
dizer que nós removemos o Sol. Há ainda dois fatores que sobraram.
Um é chamado de "Limitação": nós distinguimos o Sol de outras
coisas.
O Outro é chamado de "Existencia": a existencia de um objeto
independe de seu nome, forma ou limitação.

Agora, vamos remover a limitação. Agora é pura existencia.
Agora não há diferença entre o Sol e qualquer outro objeto. De
maneira que no plano existencial só há um que existe. Não pode
haver dois. O conceito de dois aparece somente com a introdução
de um fator chamado limitação. Este um é chamado de Brahman. O
unico atributo que ele tem é que ele existe. Portanto dizemos que
tudo é Brahman. Como não há limitação dizemos que é infinito.

Isto nos dá uma idéia de Brahman.

Agora, vejamos daonde as outras coisas vieram.
A primeira coisa a chegar é a limitação. Como ela chega?
Dizemos que Brahman é ciente de si próprio.
Isto cria uma dualidade no Todo. Nós não
podemos dizer porque ela chegou.

O aspecto de limitação de Brahman é chamado de Maya. Brahman não
muda. Como Brahman possui somente a existência como atributo, a
unica maneira dele poder mudar é se tornar não-existente, o que
contradiz ele próprio. Portanto Brahman não pode mudar.
Então o que é que muda? Nada. Portanto dizemos que a mudança é só
na aparência.

Uma vez que assumimos que a dualidade chegou, então temos que ver
como as duas partes interagem. Uma parte assume o papel do
percebedor e a outra parte assume o papel do percebido.

Do mesmo modo como uma pessoa cria diversos mundos quando sonha de dia, o
Mundo com toda a sua diversidade é criado. A Mente aparece como um
meio para perceber. "Brahman vê ele próprio como o Mundo", diz a
Yoga Vasishta. Um conceito do "Eu sou isto e aquilo." aparece e
nós nos prendemos no que é percebido, e esquecemos a verdadeira
natureza."
Boa aula do Guru...

Daí deduzimos que nossa essência, consciência ou Ser, seja imortal, pois a nossa consciência é o próprio Brahman. Além de imortal, a consciência que habita o nosso corpo e que é o nosso verdadeiro Eu, é também muito poderosa. Se soubermos utilizar seus poderes potenciais.
A ciência moderna, principalmente a Neurologia, já conseguiu detectar que nosso cérebro não age sozinho. Ele é como se fosse uma rede de pequenas antenas de micro-ondas que captam algo, de freqüência muito elevada, ainda imperceptível aos nossos aparelhos de medição. Abordaremos este assunto nos capítulos finais, em detalhes.

Resumindo, segundo os Vedas, numa interpretação bastante simplória, o mundo em que vivemos é um sistema de altíssima complexidade de Conhecimento, Poder e Consciência, em que nós somos um dos principais protagonistas, ao menos em nosso Universo, e cujas regras e objetivo final já foram estabelecidos por Brahman em sua criação.
É importante frisar que não há perdedores neste sistema. O sistema se estabiliza quando o objetivo é atingido. Na verdade um novo ciclo se inicia. Como já vimos, os Vedas chamam estes ciclos de manifestação e dissolução de Shristi-Pralaya cuja duração já foi vista e estimada por alguns místicos em 311.040 Bilhões de anos!
Este tempo equivale a um KALPA.
(Só para dar uma idéia, nosso Universo só tem 15 bilhões de anos...)
O Objetivo é claro: Tomar consciência de tudo. Brahman, ou melhor, seu criador, o Absoluto, o Causa-sem-Causa, quer ver a si mesmo, conhecer a si mesmo. Tudo, todas as coisas, todas as emoções, tudo, tudo, tudo, no lado positivo e no lado negativo do pêndulo.
Na verdade, apesar de chamarmos de Shristi o lado positivo, da luz e da matéria, e de Pralaya o lado da escuridão e da não-matéria, isto se deve tão somente ao nosso ponto de vista. Pode existir outro Cosmos do lado do Pralaya e que nos vê como escuridão, pois para eles, assim como para nós, é impossível a comunicação entre estes dois lados.

Agora, pasmem: A Ciência acaba de formular a mais moderna teoria sobre o Universo em que vivemos e o Cosmos.
Deduza você mesmo: A coincidência entre os Vedas e esta nova Teoria Científica é estrondosa:
O Modêlo Ciclico - desenvolvido na Universidade da Carolina do Norte em Chapel Hill, pelo professor Paul Frampton e o estudante Lauris Baum - tem quatro partes: Espansão, Volta, Contração e Rebote.
Durante a Espansão, a energia negra - a força que causa a espansão do Universo a uma taxa acelarada - empurra até que toda matéria se fragmente em pedaços, tão distantes um do outro que nada conseguirá uni-los novamente. Tudo, desde Buracos Negros até Atomos irá se desintegrar. Isto, uma fração de segundo antes do fim dos tempos é a etapa chamada de "Volta".
Na volta, cada pedaço fragmentado colapsa e se contrai individualmente em vez de se unir, em um modo contrario ao Big Bang.
Estes pedaços se tornam num numero infinito de novos Universos Independentes, se contraindo e reboteando novamente para fóra numa explosão similar ao Big Bang. Um destes pedaços se tornou o nosso Universo.
"O ciclo acontece um numero infinito de vezes, e portanto elimina a necessidade de se ter um começo ou um fim dos tempos. Frampton diz: "Não há um Big Bang."
Um artigo descrevendo este Modelo foi publicado em 16 de fevereiro de 2007 na Revista "Physical Review Letters" sob o titulo de "Turnaround in Cyclic Cosmology".
Não há uma coincidencia espantosa nas descrições Vedicas do Ciclo Shristi-Pralaya com este Modelo Cosmologico Ciclico ?

As regras desta procura pela estabilização (volta do pêndulo) é que são um pouco confusas para nós.
Brahman precisa adquirir o conhecimento direto, experimental. Não o intelectual, criado pela nossa falsa mente.
Aí é que nós nos atrapalhamos, trocamos as bolas, damos importância ao que não é importante e deixamos de lado o caminho mais curto preferindo o mais complicado.
As vezes, não entendemos o que acontece, ou achamos sem lógica (a lógica da nossa falsa mente não é a mesma que a lógica divina, que é a nossa verdadeira mente) .
Aos céticos pode parecer que eu estou sendo tendencioso, chamando a nossa mente de falsa, e criando o conceito de lógica divina. Concordo, ainda é cedo para demonstrar esta tese, mas só estou resumindo o que vem pela frente nos capítulos seguintes. No final deste capitulo há um apêndice com explicações iniciais a respeito.

As ilusões criadas pela mente modificam o mundo e nossas emoções.
Lembrem-se de que a mente reside no sistema orgânico complexo, que, apesar de altamente evoluído para nossos conceitos, ainda é bastante precário como veículo da Consciência Divina Shiva. Se levarmos em conta os decaimentos de freqüência que resultam em enormes diferenças entre a freqüência de Shiva e a freqüência do sistema orgânico de nosso corpo e cérebro, veremos que nossa mente e nossa consciência é muito inferior, mas, nada impede de aproveitarmos a consciência de Shiva, se soubermos nos conectar a ela.

No momento em que escrevo estas linhas, estou num hotel fazenda, e minha mulher me chama para acompanhar a briga de um pássaro contra o espelho retrovisor externo do meu carro. O pássaro está decidido a expulsar o “outro pássaro” que esta dentro do retrovisor e não se conforma com o seu insucesso, chegando a se ferir com as bicadas contra o vidro do espelho. Em termos simples, este fato exemplifica bem a que me refiro quando menciono a nossa falsa mente. Por sinal, após mais de 30 minutos de briga do pássaro, eu tive de expulsá-lo do meu retrovisor para lhe salvar a vida. Será que nossa ilusão não seria idêntica a deste pássaro ?
É extremamente importante se livrar desta ilusão para compreender a verdade.
Espero ter sucesso em ensinar-lhes como fazer isso nos próximos capítulos.

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Esta é a versão do Vedas. Simples na sua descrição, com muita lógica (lógica humana), mas que nos adverte da complexidade e poderes extremamente fortes do mundo e do Cosmos em que habitamos.

Naturalmente a descrição acima é de extrema simplificação, visando facilitar o entendimento para o leitor sem nenhum conhecimento anterior sobre os Vedas. Mesmo dentro da Índia, existem inúmeras correntes e versões para cada Divindade citada, milhares de interpretações diferentes e milhões de divindades e crenças diferentes. Peço aos eruditos em Hinduísmo que me perdoem, mas achei necessário simplificar, visando o entendimento “ocidental” de nossos leitores céticos.
Notas:
(1) Os Vedas provavelmente surgiram na Índia a aproximadamente 6 mil anos atrás (4 mil AC) e se originaram de sábios místicos chamados de Rishis.
São 4 os Vedas conhecidos :
RIG, SAMA, YAJUR e ATHARVA.
Cada um se divide em 2 partes :
Trabalho e Conhecimento.Trabalho ensina hinos, rituais, liturgia e regras de conduta. (exotérica)Conhecimento é chamado de Upanishads e diz respeito ao aspecto mais elevado da verdade divina religiosa. (esotérica)
Ambos são importantes.
108 Upanishads foram preservados mas muitos outros se perderam.
Os autores místicos chamados de Rishis (sábios videntes) permanecem totalmente desconhecidos.

Apêndice : Definições - Glossário

Achei imprescindível de inicio estabelecer algumas definições de vocabulário utilizado que nos ajudarão a entender melhor o que vem pela frente.
O que é Reducionismo ?

É um método científico de analise em que se divide o que se deseja analisar em seus elementos básicos e em que se procura entender a função de cada elemento ou parte constituinte do Todo, e assim entender como funciona o Todo. No Reducionismo, o Todo é igual a soma de suas partes e nada além disso. Procura-se dividir o Todo em partes cada vez menores para tentar encontrar os tijolos básicos da constituição do Todo.
O que é Holísmo ?

É também um método científico de analise, porem, ao contrário do Reducionismo, procura analisar o todo sem dividi-lo, atentando somente para suas características e relações com o ambiente. No Holísmo o todo é mais do que a soma de suas partes. Algo se perde ao se desmembrar o todo, ou algo se ganha ao se juntar as partes.
O que vem a ser um místico ?

Místicos são pessoas que literalmente vêem explicações ou fatos quando entram em sintonia com diversos planos Cósmicos. Não têm como provar e nem conseguem explicar corretamente em palavras o que vêem, porém, entendem perfeitamente o que viram e sentiram. Tudo indica que possuem a capacidade de conectar suas mentes com outros níveis de energia ou com algo muito superior.
Alguns teólogos dizem que os místicos foram escolhidos por certa Mente superior para receber estas informações e disseminá-las na Terra. Dentre eles alguns se projetaram como Profetas e Mestres fundando religiões duradouras ou escrevendo escrituras. Buda, Cristo, Moisés, Maomé, os Rishis dos Vedas, são alguns nomes mais conhecidos. Os Hindus os chamam de Avatares.

O que vem a ser um Cientista ?

Cientistas são pessoas de formação cultural elevada e especifica que elaboram teorias baseadas em observação lógica da natureza e tentam comprovar as teorias através de experiências propostas. Uma teoria é considerada comprovada quando mais de duas pessoas conseguem reproduzir a experiência comprobatória em locais diferentes, e, nenhuma tentativa de derrubá-la tem sucesso. As experiências somente são consideradas científicas se puderem ter resultados mensuráveis e traduzidos em números. Os cientistas se valem dos avanços tecnológicos das ferramentas de observação e medição para penetrar cada vez mais nos segredos da natureza. São Reducionistas por principio, mas as descobertas recentes os forçaram a pensar um pouco mais Holisticamente.
Já dividiram a matéria em pedaços tão pequenos que se tornou impossível visualizá-los.
Algumas teorias atualmente só possuem comprovação matemática, sendo declaradas de comprovação física ou visual impossível. A Matemática, que teve seus primórdios místicos com Platão e Pitágoras, se aproxima novamente do misticismo em seu desenvolvimento atual, altamente complexo, no tratamento dos fenômenos da Física.
O que vem a ser Exoterismo ?

Exoterismo é a parte das religiões que cuida dos rituais, liturgia, cultos e das doutrinas mais populares destas. Como o prefixo “exo” quer dizer “para fora”, é a religião “mastigada” para as pessoas, para os leigos, para os iniciantes.

O que vem a ser Esoterismo ou Esotérico ?

Esoterismo é a parte que trata da filosofia de uma religião, sendo estudada apenas por uma minoria mais erudita na religião. O prefixo “eso” quer dizer “para dentro”, “internalizado”. É a filosofia que cria e sustenta a religião, é a parte mística, espiritual desta. Um esotérico é uma pessoa que entende e estuda a parte mística da religião.

O que vem a ser Unicidade ?

Se examinarmos a parte esotérica de cada religião principal inclusive as ocidentais, todas, fatalmente todas, com raríssimas exceções menores, se dirigem em seu âmago a um ponto em comum. Este ponto é sempre a unicidade de tudo o que existe e a perenidade do Espírito. Unicidade do Cosmos quer dizer que o Cosmos é feito de um material só e que este material é todo interligado na formação deste Cosmos, não há indivíduos ou coisas separadas.
Os cientistas chamam-na de Não-Separabilidade do Cosmos e já provaram que se trata de fato verdadeiro, ou seja, cientificamente comprovado. O Físico Dr. Albert Einstein provou a hipótese do Espaço-Tempo Continuum que permeia todo o nosso Universo.
O que vem a ser a Perenidade ?

Os místicos afirmam que o Espírito é perene, imortal. É o próprio Brahman, o criador. Nós somos perenes, imortais, segundo eles, porque somos partes de Deus, de Alá, de Jeová, de Brahman.

Os Cientistas ainda não puderam comprovar nada a respeito do Espírito mas já há estudos avançados em Neurologia e na própria Física que indicam que há algo nos guiando através de informações captadas nas dendrites existentes nas sinapses de nosso cérebro.
O quem vem a ser a Ilusão Primordial de que os místicos falam ?

A Ilusão é muito citada em todas as religiões em suas partes místicas. O Budismo a chama de Maya. Maya tenta enganar a Guatama (O Buda) antes dele se iluminar. A ilusão da solidês da matéria, a ilusão das emoções, a ilusão do tempo, a ilusão do espaço, a ilusão da morte, a ilusão do nascimento, a ilusão do ego, a ilusão da separabilidade.

A ciência moderna também concorda com varias destas ilusões.
Nada existe como se nos parece, tudo é ilusão, também dizem os cientistas.
Todas as teorias cosmológicas modernas estão comprovando que realmente o mundo que percebemos é apenas uma representação virtual de nosso cérebro. Ou seja: Madeira é dura, água é mole, o ar é gasoso, o fogo esquenta, o gelo esfria, são ilusões.

A Ilusão da solidez da matéria é dada pela freqüência altíssima dos átomos, que, embora bem distantes uns dos outros, vibram tanto que nos parece que todo o espaço esta preenchido. Idem para as partículas sub-atômicas, que, apesar da enorme distância entre o núcleo do átomo e os elétrons, a vibração destes e sua localização quântica indefinida fornece a ilusão de solidez.

Mas a pior das ilusões é a do Ego, segundo todas as doutrinas esotéricas. Buda só consegue se iluminar quando desmascara o seu Ego e o expulsa de si mesmo. Ele (o Ego) sempre tenta (e consegue) nos desviar do caminho mais curto, fazendo-nos sofrer, iludindo-nos com a tentação da vitória passageira, do direito de posse, da vingança, da vantagem material. É ele que cria a nossa falsa mente. Creio eu que a maioria dos leitores já percebe algum indicio desta ilusão, gerando estresse e sofrimento quando buscamos a vitória e o sucesso. Se não percebessem não estariam lendo este capitulo. Saciaremos a sua sede de sabedoria a respeito destas ilusões.
A respeito do Ego, Ghandi diz: "Olho por olho... em pouco tempo seremos todos cegos..."


Bem, estas são as definições mais importantes para este nosso estudo, agora vamos nos iniciar no conhecimento.



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Capitulo 2 - A Filosofia Perene - A voz das Escrituras


Em busca do Amor eu perambulei longe e vasto,

De pensamento em pensamento e de medo em medo eu fui.

Até a incansavel instancia do orgulho tolo,

Miríades de momentos sem rumos eu gastei,

Até que ví nos olhos daquele que viu

A maravilha da luz do Amor em sua face,

E do seu olhar, tres pistas vislumbrei,

Tres gemas que apontam para nossa suave graça:

- A primeira, é que “Eu” nunca poderei ir lá;

- A seguinte, que o orgulho do Amor deve ser extinto;

- A ultima pista, encontra-se enterrada dentro de mim...

Enquanto “Eu” continue a existir,

O sol que procuro estara sempre encoberto

pelas nevoas de mim mesmo!


Camran Chaichian, poeta Sufí




Ao escolher estudar os Vedas e a Filosofia Hindu, pode parecer que dei preferência a esta religião ou filosofia, em detrimento das demais.
Na verdade, todas as doutrinas e religiões têm em seu núcleo as mesmas assertivas. Afinal, não poderia ser diferente, pois foram místicos videntes que as iniciaram, baseados, muito provavelmente, nas mesmas visões.

A esta essência ou “suco” de todas as religiões, Leibniz chamou de Philosophia Perennis (Fig 2-1) e Aldous Huxley (foto) nos brindou com uma excelente coletânea comentada de escritos dos mais proeminentes religiosos de todos os tempos em todas as culturas e religiões, incluindo as ocidentais ou médio-orientais Judaico-Cristã-Islâmica. Vale a pena ler.

Para ilustrar, reproduzo aqui alguns trechos compilados por Huxley, de escritos místicos e das grandes religiões que mostram o que é o mundo para elas, e como vêem o homem perante Deus.
Sei que alguns leitores começarão a achar este capitulo chato ou religioso demais, mas, peço um voto de confiança e um esforço para lê-lo, pois é de extrema importância para a sedimentação de alguns conceitos.
Outros leitores, mais religiosos ou mais crentes, se deliciarão com o conteúdo.

As máximas a seguir são dos Vedas, Upanishads, Bhagavad Gita, Tao, Cristianismo, Judaísmo, Islamismo, Sufismo e Zen-Budismo.

Um trecho dos VEDAS:
“Brahman... conforme Ele, como Ele brilha é que tudo brilha. Este mundo esta todo iluminado com a sua luz... na frente... atrás, à direita e a esquerda. Esticado abaixo e acima”.


Outro trecho dos UPANISHADS:
“Preenchidas totalmente com Brahman estão as coisas que vemos”,
Preenchidas totalmente com Brahman estão as coisas que não vemos,
De Brahman flui tudo o que existe:De Brahman flui tudo - todavia ele ainda é o mesmo.
OOOOOMMMMMM... ““.
Por estes trechos podemos ver com certa clareza que Brahman permeia a tudo, mas, ao mesmo tempo, ele ainda continua o mesmo, inteiro, sem se alterar. Como é possível? Graças ao truque de pisca-pisca de Mahâbindu descrito anteriormente. Os estudiosos chamam a isto de Panteísmo, ou seja, Deus não está fora do mundo como criador, mas, faz parte do mundo com sua própria essência.

"Existe uma luz que brilha além de todas as coisas na Terra, além dos mais altos céus. É a luz que brilha em teu coração" - Upanishad Chandogya

Mais Upanishads:
" O que não pode ser visto com os olhos, mas pelo qual o olho pode ver? Conheça-o somente como Brahman o espirito e não aquilo que o povo aqui adora."
"O que não pode ser escutado pelo ouvido, mas pelo qual o ouvido escuta? Conheça-o somente como Brahman o espirito e não aquilo que o povo aqui adora."
" O que não pode ser pensado com a mente, mas pelo qual a mente pensa? Conheça-o somente como Brahman o espirito e não aquilo que o povo aqui adora."

Os Vedas já sabiam: Não é possivel ver, ouvir nem pensar no divino usando os nossos sentidos. É preciso se entregar e dissolver os sentidos para senti-lo. "Aquilo que o povo adora..." é a ilusão do ego.

BHAGAVAD GITA

Também chamado de ”Sublime Canção”, “ Cântico de Deus” ou de “Mensagem do Mestre”, o Gitã é uma das obras de importância fundamental no mundo, prezada pelos budistas e venerada como Escritura Sagrada pelos brâmanes Hindus.
Trata da Filosofia Pantajali, Kapila e dos Vedas.

É o trecho central do épico Hindu “Mahâbhârata”.


















Na narrativa do Gitã, a divindade Krishna, disfarçada de cocheiro da carruagem de guerra (simbolicamente o “Eu interior”, a lógica divina) do guerreiro-príncipe Arjuna, conclama-o a lutar contra os seus parentes e ex-amigos (que alegoricamente simbolizam a sua falsa mente, os seus sentidos e ilusões) e explica-lhe a verdade divina. Arjuna se recusa a lutar e matar seus velhos conhecidos. Na ilustração acima vê-se Arjuna segurando Krishna que ataca a um velho amigo seu, tendo ao fundo a sua carruagem com cavalos brancos.

O Gita trata de desmascarar a ilusão do Ego. É muito eficaz nisso.
Um pequeno trecho do Deus Krishna (de pé na carruagem) falando ao Príncipe Arjuna (sentado) sobre a perenidade e unicidade da alma:


“Sabe que o Ser Absoluto, de que todo o Universo tem o seu principio, está em tudo, e é indestrutível.
Ninguém pode causar a destruição desse Imperecível”.

“Sabe, ó príncipe de Pandú, que nunca houve tempo em que não existíssemos eu ou tu, ou qualquer destes príncipes da terra;
Igualmente, nunca virá tempo em que algum de nós deixe de existir”.

Fica claro, na explicação de Krishna, que nossa consciência, parte de Shiva, é imortal.

Notem as mil faces de Krishna nesta soberba ilustração.

Neste maravilhoso épico o leitor encontrará também respostas para todas as suas outras duvidas, que certamente o assolarão durante a sua caminhada para o Conhecimento. A escritora e discípula de Blavatsky, Annie Besant, fornece ainda excelentes interpretações em seu “Bhagavad Gita Comentado”.


TAO

Doutrina filosófica criada ou compilada pelo chinês Lao Tzé, ou Lao Tzu, guardião da biblioteca imperial, para explicar o mundo e orientar as ações dos homens perante aos problemas.
Conta-se que aos 80 anos de idade, ele abandonou a Biblioteca e se dirigiu ao Oeste da China na fronteira com o Tibet, desiludido que estava com os homens pois estes não queriam seguir o caminho da natureza. Um guarda de fronteira, chamado Yin Xi, pediu a Lao que escrevesse seus ensinamentos antes de prosseguir viagem. Ele então compôs em 5 mil caracteres o manuscrito
intitulado "Tao Te Ching" ("O Caminho e seu Poder")

No desenho ao lado vemos Lao Tzé sobre seu touro em sua viagem ao Oeste Chines.

Utiliza o conceito de “caminho” ou Tao para designar nossa passagem pelo mundo e também descrever o nosso Universo e Cosmos.
“O Tao que pode ser nominado não é o verdadeiro Tao”.Lao Tzé quer dizer que não é possível explicar ou descrever com nomes ou palavras a verdadeira essência da vida, é necessário experimentar, vivenciar, ou seja, confirma o objetivo de Brahman: “Não pense apenas, não fale apenas. Viva, experimente!”.






A Palavra, o Simbolo

Abro aqui um parêntesis para entendermos o que é a palavra. Todos concordam que o homem, assim como os animais, viveu muito tempo sem falar. A comunicação naquela época, embora mais primitiva, era mais verdadeira, limitando-se ao essencial, com certeza. A mimica foi inicialmente a única forma de comunicação, junto com gritos e grunhidos.O uso da palavra foi um salto maior do que possa parecer. A palavra só pôde ser usada quando o homem aprendeu a entender um simbolo. Um simbolo é um som ou imagem que transporta o ouvinte para um nível de entendimento a que este som ou imagem esteja conectado previamente, em comum acordo com o resto do grupo. Ou seja, o simbolo pode não ter muito ou nada a ver com o entendimento a que se refere, desde que previamente combinado entre os parceiros, ele irá remeter o ouvinte à compreensão do que se queria comunicar.
É logico e sabido que a etimologia das palavras mostra que elas são símbolos que tinham alguma coisa a ver com o significado a que se propunham comunicar. Mas não deixam de ser símbolos, ou seja, são indicações indiretas da realidade.
Desde o advento das palavras, o homem se distanciou ainda mais da verdade e da realidade das coisas, pois passou a referir-se a elas indiretamente através de símbolos.
Se introduzirmos as frases e os pensamentos “lógicos” então o distanciamento da realidade é ainda maior. Se acrescentarmos o tempo e as conjecturas futuras ou passadas, ai sim, nos perdemos totalmente da realidade.

O Dr. Fred Allan Wolf (foto), Físico Quântico, diz em seu site: “ Eu considero o conhecimento como o entendimento, a manifestação e a percepção de eventos. Em outras palavras enquanto percebemos aprendemos. Antes do conhecimento existe algo chamado consciência pura – ou entendimento-sem-entendimento - pura experiência advinda de uma meditação profunda, sabedoria espiritual, estalo profundo, saber-sem-saber, etc. Possui muitos nomes mas é o Tao que não pode ser pronunciado, o Aleph da Kabala, o estado de Iluminação.

Num estado destes a mente está vazia de conhecimento, mas é capaz de expressar qualquer conhecimento ou aprender qualquer coisa a qualquer instante. É um estado de pura alegria e contentamento sem necessidade de ser acompanhado de nenhuma emoção. Os recém-nascidos estão neste estado até o momento em que seus corpos começam a reclamar de comida para sobreviver. Quando você morrer você vai retornar a este estado. Na verdade você esteve sempre neste estado sem saber, porque você estava sempre preocupado em aprender e entender.

Continua Lao Tzé:
“Ao procurar água, fique perto da terra.
Ao pensar, se limite ao simples.
Em conflito, seja justo e generoso.
Ao governar, não tente controlar.
No trabalho, faça o que gosta.
Na vida em família, seja completamente presente".

Tzé orienta a viver o simples agora, sem conjecturas futuras ou passadas, no sentido de provar e degustar o momento, o que é o objetivo de Brahman.
É especial o conselho: “...ao governar não tente controlar...”, que segundo as mais modernas e revolucionarias técnicas de administração, criadas na Industria automobilística e eletrônica do Japão dos anos 60, diz o seguinte:
É mais eficaz mudar um processo, estabelecer um novo processo, do que tentar controlar as pessoas pela força, sem alterar o processo. O controle se fará naturalmente com o novo processo de trabalho.

O clássico exemplo do Dr. Edward Deming, (foto) mentor da revolução industrial Japonesa dos anos 60, em que ele colocava 30 bolinhas vermelhas e 70 bolinhas brancas num saco e pedia para alguém da platéia sortear somente bolas brancas. Cada vez que se sorteava um bola vermelha ele se zangava muito, ao que o voluntário da platéia retrucava : Mas foi o senhor que colocou 30 bolinhas vermelhas no saco ! Porque se zanga tanto ?
O Dr. Deming retrucava: “ Mas é isso que você faz na sua empresa ! Só sabe se zangar !” (ao invés de retirar as bolinhas vermelhas...)

Isto é o Tao ! É enxergar a verdade do processo!


No verso numero 11 Lao Tzé mostra como o espiritual esta presente no material:

“30 raios compartilham o mancal da roda;
É o orifício central que torna útil a roda.
Molde o barro em forma de pote;
É o espaço interno que torna útil o pote.
Corte janelas e portas na parede do quarto;São os vazios que fazem as janelas e portas úteis.
Portanto, o lucro vem do que esta lá;
A utilidade vem do que não esta lá.”

Neste verso magistral, Tzé procura dar ao leitor uma idéia sobre a ilusão da rigidez da matéria e sua inutilidade, ao mesmo tempo que mostra a enorme significância e riqueza do vazio, do nulo.

“Deus fez o mundo a partir do nada, mas o nada transparece, as vezes.”

CRISTIANÍSMO

Cristo
“Bem aventurados os puros de coração porque eles verão a Deus”.
“Vinde a mim as criancinhas, pois delas será o reino dos céus”.
“Ofereça a outra face”.
"Ame ao próximo como a si mesmo".
“Senhor, perdoai-os, eles não sabem o que fazem”.

Cristo parece indicar que devemos evitar as falsas emoções, ser como criancinhas, abdicar do intelecto, ser puros de pensamento, não revidar. Porém, ele percebe que não estamos totalmente preparados para entender estas regras e pede tempo ao Senhor.

Meister Eckhart (1260-1327) - Místico Cristão.
“O Homem tem muitas peles em si mesmo, que lhe cobrem as profundezas do coração. O homem conhece tantas coisas, mas não conhece a si mesmo. Ora, trinta ou quarenta peles ou couros, inteiramente semelhantes aos de um boi ou de um urso, igualmente grossos e duros, recobrem a alma. Penetre no seu próprio fundamento e aprenda ali a conhecer-se”.

Eckhart fala sobre as mascaras do nosso Ego, que encobrem a verdade divina, verdade esta que já está dentro de cada individuo.

Eckhart continua:“O conhecedor e o conhecido são um só. As pessoas simples imaginam que devem ver a Deus, como se ele estivesse ali e eles aqui. As coisas não são assim. Deus e eu somos um no conhecimento”.

Mais uma vez a unicidade do Cosmos e o Deus interior é explicado.

Eckhart, com suas verdades mistico-cristãs passou 5 séculos condenado pela Igreja e só foi aceito novamente no século passado (sic).

Santa Catarina de Siena (1347 - 1380) Toscana - Italia

“Tu és o que não é. Eu sou o que sou. Se perceberes essa verdade em tua alma, o inimigo nunca te enganará; escaparás a todas as suas armadilhas”.
Catarina diz que o que pensamos ser é ilusão. Uma vez descoberta a ilusão, nos tornamos muito poderosos.

Embora analfabeta, Catarina ditou mais de 300 cartas endereçadas a todo o tipo de pessoas, desde papas, aos reis e líderes, como também ao povo humilde, onde lutava pela unificação da Igreja e a pacificação dos Estados Papais. Uma das suas obras ditadas, Diálogo sobre a Divina Providência, é um livro ainda hoje considerado um dos maiores testemunhos do misticismo cristão e uma exposição clara de suas ideias teológicas e de sua mística. Em 1970, o Papa Paulo VI declarou-a Doutora da Igreja, sendo a única leiga a obter esta distinção. O Papa João Paulo II declarou-a co-padroeira da Europa, juntamente com Santa Brígida da Suécia e Santa Teresa Benedita da Cruz.

Santa Catarina de Gênova (1447 - 1510)
“O meu Eu é Deus, nem eu reconheço outro Eu que não seja meu Próprio Deus”.
Mais uma vez se afirma que nós somos Deus, temos um Deus dentro de nós.

SUFÍSMO
Bayazid de Bastam (875 DC)
“Fui de Deus a Deus, até que eles gritaram de mim em mim: ‘ Ó Tu Eu!’”.
Bayazid confirma que somos o próprio Deus.

"Estive com os pios e nenhum progresso consegui, estive com os guerreiros e nenhum progresso consegui. Gritei então: "Alá, qual o caminho até tu?" E Alá me disse: "Abandones a tí e venha!""

Camran Chaichian, poeta Sufí

Em busca do Amor eu perambulei longe e vasto,

De pensamento em pensamento e de medo em medo eu fui.

Até a incansavel instancia do orgulho tolo,

Miríades de momentos sem rumos eu gastei,

Até que ví nos olhos daquele que viu

A maravilha da luz do Amor em sua face,

E do seu olhar, tres pistas vislumbrei,

Tres gemas que apontam para nossa suave graça:

- A primeira, é que “Eu” nunca poderei ir lá;

- A seguinte, que o orgulho do Amor deve ser extinto;

- A ultima pista, encontra-se enterrada dentro de mim...

Enquanto “Eu” continue a existir,

O sol que procuro estara encoberto pelas nevoas de mim mesmo!




Neste lindo poema, Camran mostra que é preciso antes de tudo parar de pensar em si como algo separado do resto, é preciso que "EU" deixe de existir para vislumbrarmos Deus.


Aforismo Sufí
“Quando o coração chora o que perdeu, o espírito ri-se com o que achou.”
As emoções nos enganam, porém muito nos ensinam. Formam parte da didática Divina.

Djalal al-Din Rumi
“Por que disseste: ‘ Tenho pecado tanto, e Deus, em sua misericórdia, não puniu meus pecados’?
Quantas vezes te golpeio sem que saibas !”
...
Djalal mostra que o pecador (ignorante da verdade divina) está tão distante da verdade que nem percebe que está sendo punido. Ilusão total.


ISLAMÍSMO
Kabir
“Benares fica a leste, Meca fica a oeste: explora, porém, o teu próprio coração, pois lá estão ambos, Ram e Alá.”
“Contempla apenas Uma em todas as coisas: a segunda é que te extravia.”
Kabir também confirma que somos o próprio Deus e que ele habita o nosso coração. Fala também na unicidade do Cosmos.

JUDAÍSMO
Isaías 1, 16
Lavai-vos e purificai-vos; tirai a maldade de vossos atos !
Cessai de fazer o mal e aprendei a fazer o bem.

Salmo 139
Para onde me irei do teu espírito ?
Para onde fugirei da tua presença ?
Se subo aos céus, aí estás; se fizer meu leito nas profundezas, ali também estás.
Se tomar as asas da manhã e partir rumo aos limites mais remotos do mar, ainda ali a tua mão me guiará, e tua mão destra me sustentará.
Se eu disser: “ É certo que as trevas me encobrirão, e a luz que me cerca se tornará noite”, nem as trevas são escuras para ti; pois as trevas e a luz são para ti a mesma coisa.
Salmo 37
Não te indignes com teus malfeitores, nem invejes os que praticam iniqüidades, pois eles cedo serão ceifados como erva e murcharão como pasto. Confia no Senhor e fazei o bem; habita a terra e vive tranqüilo.
Deleita-te no Senhor e Ele te concederá os desejos do teu coração.

Os profetas judeus estão ensinando o povo a acalmar-se, purificar-se de maus pensamentos, não ser vingativo, ou seja, diminuir as vibrações.
Também se mostra claramente a onipresença divina simbolizando o Deus interior e a unicidade do cosmos.


ZEN-BUDISMO

Um poema Haiku, de Basho (Japão 1644-1694) (desenho), o grande poeta Zen, diz tudo na tradução de Allan Watts:
“Um velho poço,
a rã pula dentro –
plóp.”

É Brahman saciando a sua sede de conhecer tudo ! É a realidade pura e simples. Com a onomatopéia “plóp”, Basho captura o momento em toda a sua plenitude. O Zen é a doutrina do momento, do agora.

Basho aconselha: "Não siga as pegadas dos Mestres, siga o que eles seguiam."

Em suma, todas as doutrinas religiosas, em sua filosofia esotérica, tratam de guiar-nos sobre as regras do sistema para experienciarmos o conhecimento no menor tempo e alertam para se evitar a ilusão causada pelos sentidos, pelos nomes, pelas palavras e pelas emoções. As regras parecem indicar que quanto menor a vibração melhor, ou seja, quanto menos reagimos às falsas emoções mais rápido captaremos as verdadeiras emoções do conhecimento necessário. - Plóp !
O Zen acrescenta também, a seguir, que nós somos Deuses, imortais faíscas de Brahman, e que temos de nos soltar ao desconhecido, sem medo, para provar da experiência, do conhecimento.

Chuang Tzu, o sábio chinês contemporâneo de Lao Tzé e de Confúcio, (cerca de 400 ac.) nos diz para vagarmos livres pelo mundo.

“Não sejas a corporificação da fama;
não sejas um depósito de maneirismos;
não sejas um fazedor de projetos;
não sejas o dono do saber.
Vagues por onde não há trilhas.
Agarra-te a tudo que receberes dos céus, mas não consideres que recebestes coisa alguma.
Sejas vazio, isto é tudo.
O homem perfeito usa a sua mente como um espelho – nada perseguindo, a nada dando boas vindas. Respondendo, mas não guardando.”

Alias, Chuang Tzu foi o primeiro anarquista e acreditava que as coisas não precisavam de ordem nem de governança, tudo daria certo no final. Seus livros tinham sempre humor e tiradas interessantes. Vejam esta:
















"Certa vez eu sonhei que era uma borboleta.

E de repente, eu acordei...

Agora eu não sei se eu era certa vez um homem sonhando que era uma borboleta

Ou se agora eu sou uma borboleta sonhando que sou um homem..."

Chuang Tzu




As filosofias Orientais parecem ser mais claras e diretas que as Ocidentais quando se trata da explicação do nosso mundo, mas, na verdade, como vimos pela pequena amostra acima, a Filosofia Judaico-Cristã do Velho e do Novo Testamento, a Sufi e a Islâmica também nos guiam da mesma maneira e na mesma direção, embora sendo Monoteístas (crêem num Deus criador único e externo ao mundo) e não Panteístas(crêem que tudo é parte de Deus, inclusive as pessoas e animais, e portanto permitem a adoração de qualquer objeto com a finalidade de se atingir a verdade).

O que se percebe nos misticos das religiões monoteístas é que eles interpretam o Deus único de uma maneira a considera-lo também onipresente como no Panteísmo, o que nos leva a um passo a mais na unificação de todas as religiões na Philosophia Perennis.

Em resumo, a Philosophia Perennis, nos fornece 3 pistas para encontrarmos o fio da meada e conseguirmos atingir a compreensão e o conhecimento mais rápido:



1- Nós somos uma faísca de Deus e, portanto, somos Deus e temos todos poder. Basta saber como acioná-lo.

2- Tudo no Cosmos é Uno, isto é, tudo está interligado, não existem indivíduos separados ou coisas separadas. Tudo influi em tudo. A separabilidade é uma ilusão.

3- Os nossos sentidos mentem ou são ilusões. São como barreiras que impedem de enxergarmos a verdade divina do Cosmos, sua lógica e suas regras. São barreiras para impedir de usufruirmos os poderes divinos (1) de que dispomos.


Esta barreira tem o objetivo formulado por Brahman de que experimentemos o mais possível.
A Philosophia Perennis, “suco” de todas as religiões, nos fornece as seguintes recomendações para nos desvencilharmos destas barreiras ilusórias:

a- Perder o medo de experimentar, viver, arriscar. Se “jogar” sem calcular onde iremos cair. (Não tente fazer isso sozinho...)

b- Treinar para não se deixar levar pelas emoções nem pelos sentidos. Existem varias técnicas para isto, em todas as religiões. Aviso: Este treinamento levará alguns anos, com certeza.

c- Considerar o seu inimigo como sendo você mesmo. Afinal tudo é Uno. Na lógica divina não há inimigos, há diversidade.


Para estragar a festa, sempre tem uma dificuldade a mais no jogo:
- O que é bom para o Plano Divino (ideação de Shiva) nem sempre é bom para o individuo, em sua estada como ponta de prova, neste Universo.
Ou seja, podem acontecer fatos ou eventos que pareçam castigo ou má recompensa pelos nossos atos aparentemente corretos.
Muitas vezes os bons ficam doentes e os maus saem vitoriosos, os bons vão a falência e os maus ficam ricos, etc.

Como já frisamos, a lógica divina é diferente da lógica humana.
O Plano Divino, como todo Plano Mestre, ( lembre-se : Assim embaixo como encima) contém informação de uma visão mais ampla do que o Plano do Individuo, ou o Plano de uma Etapa do trabalho.

Muitas vezes é necessário algo aparentemente sem lógica ou sem moral aos nossos olhos, para completar o Plano Divino. Paciência, se você for o escolhido para sofrer... Mas, o treinamento sugerido acima o ajudará muito a viver e sobreviver, mesmo nestas condições adversas. Veremos adiante a Lei do Karma que irá colocar alguma luz sobre o assunto.




Notas:
(1) Para os mais céticos, que se recusam a aceitar o conceito de “Poderes Divinos”, sugiro substituir por Poderes de Alta-Complexidade Cósmica. Estou convencido de que, no futuro, se houver alguma definição científica para Deus, está será na linha da Altíssima Complexidade. Deus é divino, simplesmente porque é tão complexo que se torna divino.

















Fig 2-1 As religiões divergem em sua forma exotérica, litúrgica, rituais, explicações populares, crenças, etc. Mas todas convergem para a Philosophia Perennis em sua essência esotérica.




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